terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sistema de Avaliação II

Tens uma espécie de duas gavetas na mente, dentro das quais colocas as coisas que vais percebendo. Uma onde colocas o que não é importante, o que te ensinaram que não era importante e outra onde colocas o que te disseram que é importante. E provavelmente uma série dela intermédias para graus de importância distintos. E também tena uma gaveta que não é importante nem deixa de o ser: é neutra. Desta forma, o problema não é se fumar é bom ou é mau. O problema é quando “fumar não é mau”. “Também não é bom... mas não é mau” e assim avaliamos as coisas: nem branco nem preto, nem bom nem mau. Isso é mentalmente muito confortável porque não nos “obriga” a tomar atitudes. Outras vezes colocamos coisas na gaveta do “importante” e outras na gaveta do “não importante”. Vocês estão a ler isto porque provavelmente colocaram aqui a etiqueta “importante”. Outros não estão porque colocaram a etiqueta “não importante”. Olha que interessante! 

Controlar o peso. Há pessoas que colocaram a etiqueta “importante” e outros colocaram a etiqueta “não importante”. Cuidar da pele. Há pessoas que não cuidam porque colocaram a etiqueta “não importante” e outros colocaram a etiqueta “super importante” e por isso a cuidam muito. Ler livros. Há pessoas que não lêem porque colocaram a etiqueta de quê? “Não importante”! e outros colocaram a etiqueta de “sim, isso é muito importante”. 

Então o que é que vocês vão fazer durante um dia? Tudo aquilo que for quê? Importante! Ninguém diz: “hoje eu vou fazer tudo o que não é importante”. Ninguém. O problema é quando o teu sistema de etiquetagem está ao contrário. Quando colocas “importante” naquilo que não é importante e “não importante” naquilo que é muito importante. Por exemplo: talvez tenhas colocado “exercício físico” na gaveta do “não importante” (é claro que sabes que é importante, mas não o suficiente para te dispores realmente a fazer exercício fisico). Satisfação no trabalho: “importante”. “Ganhar dinheiro”: “não importante”. É assim. 

E porque é que farias isto? Porque um dia alguém te disse “meu filho, o dinheiro não é importante, as satisfações são mais importantes que o dinheiro”. Então procuras o quê?

Disseram-te: “o amor é mais importante que o dinheiro” e pode ser que seja verdade, o problema é que quando entras na área da economia, o amor não te ajuda muito. O dinheiro até pode nao ajudar ao amor, mas a falta dele de certeza acaba por perjudicá-lo. 

Então é assim: classificas todas as coisas numa lista interminável: fácil, difícil, impossível, agradável, grande, pequeno, pode ser, não pode ser.... tudo isto é o quê? Etiquetas que colocamos nas coisas e cada pessoa tem o seu próprio sistema de rotulagem. 

Vou-vos dizer uma coisa: as pessoas de sucesso têm, em relação ao dinheiro, a mesma etiqueta: “importante” e as pessoas fracassadas, no que respeita ao dinheiro, têm também a mesma etiqueta= “não importante”. Entendem? Então onde está o segredo? Se quiseres ser uma pessoa de sucesso tens de criar um sistema de rotulagem semelhante ao que tem uma pessoa de sucesso. Se quiseres ser um fracassado, é muito simples, adopta o sistema de avaliação de um fracassado. 

“Verdade”, “Mentira”, são somente etiquetas que alguém nos ensinou a colocar. “É bom”, “é mau” ou “não é bom nem mau”. São somente rótulos. E ”concordar” é somente verificar que o nosso sistema de avaliação está de acordo com o de outra pessoa. Não é assim? Assim criam-se também os conflitos: “olha que bom!”, “Olha que bom? Estás maluco!” e assim se criam os colflitos. A lista de avaliações é interminável: “perto”, “longe”, “suficiente”, “não suficiente”, etc. 

Como é que acumulaste estas etiquetas no teu sistema de avaliação? O que fazes com ele? 


Rui Gabriel
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