domingo, 28 de setembro de 2008

Sistema de Avaliação I

Toda a informação chega até ao cérebro, certo? Bem... aos que têm cérebro. E no cérebro sabemos que está a mente. Em que zona? Não sabemos. Mas sabemos que está lá. A verdade é que não estará seguramente nas unhas... nem nos braços. No cérebro está a mente. E o que faz a mente? A mente é uma fábrica que recebe informação como se fosse a matéria prima, e a coloca na linha de produção. Depois o que é que a fábrica faz? Pega em toda esta informação, sapara-a, coloca-a em diferentes gavetas, consoante um sistema de organização próprio do processo mental. Depois transforma-a. Um barulho qualquer pode transformar-se no alarme do meu carro. Um grito qualquer pode transformar-se no grito do meu filho que está com fome. Mas primeiro foi um grito e depois a mente identifica-o, completa-o, analiza-o, compara-o, e dá-lhe um significado. E aqui está o problema: compara-o com quê? Com a informação prévia. E quanto mais informação prévia vocês têm mais informação nova vocês captam. Se não tiverem informação prévia não veêm nada. Se nunca tiveres visto, ouvido ou ouvido falar de um avião e ouvirem um barulho... o que será? Não sei... um trovão. Não acontece isto com as crianças? Elas vêem um gato e dizem “cachorro”, “- Mãe, cachorro!”. –“Não seja burro filho... é um gato!” e coitado já o chamam “burro” desde esta idade. Ele tem direito a não saber nesse momento. A minha filha vê uma vaca e diz “cavalo”. Sim, ela não sabe que há vacas, cavalos, burros, cães. Há todos estes animais, mas ela ainda não sabe disso.

É assim que aprendemos desde crianças e é assim que continuamos a aprender já adultos. É o mesmo processo de aprendizagem. O cérebro analiza toda a informação, compara-a e interpreta-a. 

Todos temos no nosso cérebro o que Jim Rohn chama “balança mental”, eu chamo-lhe “sistema de avaliação” ou “catalogação”. Isto é uma coisa que aprendemos em crianças. A mente não chega a um local e diz: “esta sala tem 20,22 metros quadrados”. Não mede em cifras,  a mente mede como? Comparando: “a sala é grande” ou “é pequena”. Se colocarmos nesta sala uma criança e dissermos: “olha filho, esta sala é muito grande”, ele coloca essa informação dentro do seu sistema de avaliação em comparação com outras informações prévias que lá estavam. Cada vez que ele encontrar uma sala semelhante ele dirá que a sala é grande. Se fizermos o mesmo mas dizendo que a mesma sala é pequena a criança colocará a etiqueta “pequeno” e dirá que esta e todas as salas semelhantes são “pequenas”. Isto é muito interessante: a mesma coisa acontece com as casas, os carros, os rendimentos, o bom e o mau, o aceitável e o inaceitável, o que deve ser feito e o que deve ser evitado. Tudo o que vemos nós catalogamos. Tudo! Eu tenho ouvido pessoas a dizer: “não se deve julgar ninguém”. Mas isso é impossível, a partir do momento em que vês uma pessoa tens de a “catalogar”: se é branco ou preto, alto ou baixo, gordo ou magro, bonito ou feio, simpático ou antipático. Até a religião diz que não devemos julgar ninguém. Mas isso é impossível. Se alguém cheira mal é impossível não perceber e não emitir um juízo. Se ele cheira bem passa-se exactamente o mesmo. O mesmo em relação a todas as qualidade e defeitos possíveis de observar numa pessoa. O mesmo se passa com a temperatura. Nós não avaliamos a temperatura em graus. “hoje sinto 23 graus”. Não, nós avaliamos se está calor ou frio. O problema é que, com a mesma temperatura, para uma pessoa está calor e para outra está frio. 

O que nos leva a catalogar uma informação é o nosso sistema de avaliação. E este sistema de avaliação... alguém nos ensinou como fazê-lo. Provavelmente fomos copiando o sistema de avaliação de quem nos rodeia e construímos o nosso baseado nas avaliações das outras pessoas. Os pais, irmãos professores, amigos, etc. etc. Assim fomos criando diferente tipos de valores para diferentes coisas. Depois veremos como este sistema de avalição conduz a nossa vida para onde queremos e para onde não queremos.

Rui Gabriel

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